Intercâmbio Cultural e Linguístico marca encontro entre estudantes com deficiência auditiva (DA) e surdez

Publicado em: 14 de novembro de 2025
Texto: Renato Lana de Faria
Imagem: Divulgação
Intercâmbio Cultural e Linguístico marca encontro entre estudantes com deficiência auditiva (DA) e surdez

Aconteceu na manhã desta sexta-feira (14), na aldeia indígena de Irajá, um encontro histórico para a educação inclusiva da Rede Municipal de Ensino. Estudantes com deficiência auditiva (DA) / surdez das escolas Cmeeti Ermelinda Giacomin Farina, Emef Professora Maria Della Valentina e Emefi Caeiras Velha viveram um intercâmbio cultural e linguístico repleto de significados, fortalecendo vínculos, ampliando horizontes e reafirmando o compromisso do município com uma educação verdadeiramente acessível.

Os estudantes e a equipe do Setor da Educação Especial Inclusiva foram recepcionados na EMPI Irajá pela diretora Mariane, as professoras (DA) Simone Nascimento, Thaís Batista e o estudante Victor Miguel da Silva. “Como professora, poder vivenciar essa experiência foi profundamente enriquecedora. Desde a chegada, era visível a curiosidade e a alegria dos estudantes ao perceberem que aquele ambiente, cheio de identidade cultural, também os acolhia na riqueza visual e corporal da Libras. A recepção calorosa da comunidade indígena abriu caminho para momentos intensos de troca cultural e respeito às diferenças”, disse a professora Simone.

Um dos pontos mais marcantes do intercâmbio foi a participação dos estudantes na tradicional Roda de Congo, uma vivência que mesclou espiritualidade, música, ritmo e expressão corporal. Mesmo sem acesso ao som, os estudantes surdos puderam perceber a vibração dos tambores, os movimentos dos dançarinos e a força simbólica da manifestação cultural, demonstrando encantamento e entusiasmo.

O encontro também favoreceu a convivência entre professores da área da surdez e estudantes de diferentes escolas, promovendo conversas em Libras sobre identidade, cultura, desafios e conquistas. Esses momentos fortaleceram o senso de pertencimento e incentivaram o protagonismo dos jovens na construção de suas trajetórias educacionais.

“Presenciar tamanha integração reforçou a importância de proporcionar vivências reais, significativas e inclusivas. Ver o brilho nos olhos dos estudantes, as descobertas, a interação espontânea e a construção de novos laços confirmou que a escola ultrapassa seus muros quando promove o encontro entre culturas, línguas e histórias”, ressaltou a professora DA Rosilângela Dell Armelina.

Para a técnica pedagógica do Setor de Educação Especial Inclusiva da Semed, Charlene Franco Poubel Wandelkooken, o evento foi encerrado com um profundo sentimento de gratidão. “Voltamos carregando aprendizados que vão além dos conteúdos formais. Saímos daqui levando respeito, identidade, representatividade e inspiração para continuar garantindo que a educação seja um espaço onde todos tenham voz, ou, no nosso caso, libras, presença e protagonismo”, completou.

Já a professora (DA) Thaís afirmou que essa experiência marcará para sempre a memória de todos. “Posso afirmar que a presença deles aqui hoje marcará para sempre a memória de nossas crianças e de minha trajetória como professora DA, reafirmando o valor da inclusão, da diversidade e da cultura como pilares fundamentais da formação humana”, ressaltou.

Compartilhe essa notícia: