Imagine você curtindo um fim de semana na praia quando se depara com um cachorro indo em sua direção, sem focinheira e sem controle. Além do susto, ainda que seja dócil, não se pode adivinhar as condições de saúde dos animais domésticos e nem os perigos que podem oferecer ao ser humano, além de ser pouco higiênico. A possibilidade de transmitir doenças em locais públicos, fez com que o lazer com animais de estimação nas areias custasse caro. A Lei Municipal n.º 2.077/1997 está em pleno vigor e determina que, nas praias do município, é expressamente proibida a presença de cães e gatos praia adentro e a prática é passível de punição com multa de no mínimo R$ 100 por animal, podendo aumentar de acordo com a gravidade da infração. O bicho pode até gostar da areia, mas vai ter que se contentar com as caminhadas no calcadão, com coleira e protetor no focinho, sem cair no mar.

Quem reafirma a necessidade dessa proibição é o gerente de vigilância em saúde da Secretaria de Saúde, da Prefeitura de Aracruz, Vicente Penteado Vizioli. Segundo o gerente, a presença desses animais próximos à pele, que costuma ficar exposta no verão, em roupas de banho, possibilita contrair uma série de transtornos. “Eles podem passar moléstias por meio de fezes com microorganismos causadores de diversas doenças, como parasitas no intestino e micoses na pele, o conhecido vulgarmente como 'Bicho Geográfico'. Algumas pessoas acham bonito levar seus animais de estimação para a praia e deixá-los soltos, mas esquecem da inconveniência desta atitude. Também podem contaminar a areia e isso piora com a falta de hábito de alguns donos, que ainda persistem em não recolher os detritos. Não é só uma questão de desconforto e mau-cheiro, é um problema de bom comportamento e de saúde”, explicou Vizioli.

Para a encarregada de faturamento e moradora da sede de Aracruz, Cíntia Pavesi Lopes, caminhar com o cachorro no calçadão da orla de Barra do Sahy representa um momento de lazer agradável para o animal, mas é preciso manter distância da areia. “Não vejo problema algum em fazer caminhadas com o meu cão na orla de Barra do Sahy, desde que ele esteja com focinheira para não ocasionar perigo para os banhistas, além de ser uma forma de exercitar o cão. Entretanto não sou a favor de animais domésticos nas areais das praias, pois, podem representar perigo aos banhistas, em especial crianças por poder transmitir algum tipo de doença ao homem”, opinou.

E Vizioli insistiu em condenar a prática. “É inadmissível que outros cidadãos sejam obrigados a dividir o mesmo local com um animal que não queiram. É uma questão de cidadania, de respeitar o espaço do outro”, completou. Para cumprir a lei, o gerente aconselha os donos de cachorros, principalmente os de grande porte, a sempre utilizar focinheira ao realizar passeios em áreas públicas e, na praia, não ultrapassar a área designada à caminhada, como o calçadão.

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), da Secretaria de Saúde (Semsa), da Prefeitura de Aracruz é responsável em âmbito municipal pela execução de ações que objetivam o controle das populações de animais, bem como, a prevenção e o controle de zoonoses no município. Em detalhes, o Art. 38 da Lei determina que poderão ser aplicadas as seguintes penalidades aos infratores: multa; apreensão do animal; interdição total ou parcial, temporária ou permanente, de locais ou estabelecimentos. O CCZ faz fiscalizações periódicas nos balneários com os fiscais de vigilância sanitária e vigilância ambiental.

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